Sentada frente ao mar comecei a refletir sobre a água.
Iniciei um diálogo interno na energia deste elemento que traz como característica principal a autenticidade.
Autenticidade de não perder, ou melhor, se perder em suas diversas expressões.
Quisera termos consciência de quem somos (energia) a ponto de nos preservamos nas diversas experiências vividas ao longo do caminho.
Nosso envolvimento com o ambiente e com as circunstâncias é na maioria das vezes, imediato.
Imediato e profundo a ponto de nos perdermos em um contexto ilusório de memórias e emoções.
Para que isso aconteça basta ouvirmos um simples não, uma crítica, ou algo que contrarie alguma expectativa, como uma chuva que surge em um piquenique no parque. Estes simples e eventos desencadeiam uma cascata incontrolável de emoções.
Emoções e julgamentos sobre quem somos frente aos fatos.
Sentimentos de baixa autoestima, mágoas, frustrações, ressentimentos desfilam livremente na mente subjugando nossa capacidade de ver a realidade como é.
Em pouco tempo o corpo sucumbe frente a avalanche de hormônios comandados pelas emoções e lembranças infelizes de dias nublados do pretérito.
E, como em um passe de mágica nos desligamos de todas as (infinitas) possibilidades que o momento nos apresenta.
Assim como a água há a possibilidade de estarmos em diversas apresentações (estados) sem perder nossa essência.
A água pode congelar, ferver, sublimar, condensar e permanecer água.
Também podemos estar filho(a), mãe, pai, companheiro (a), professores, médicos, jardineiros, humanos sem deixar de lado nossa essência.
É uma escolha consciente fazer parte de um enredo sem se deixar levar pelo drama.
Respira, sente teu coração, entra em coerência e volte para o presente, permaneça em você!